a que este não resiste, não havendo coação, jura, compromisso ou contrato que ele não abandone na iminência de seja que perigo ou violência for; finalmente, a tirania dos capitães do mato, a quem incumbia a tarefa de esquadrinhar, farejar as paragens e os bairros escusos onde se acoitava, para quando os topava o entregar ao primitivo dono, constituindo a caça ao negro um dos negócios mais rendosos desta época.
Que admira pois que o negro se rebelasse?!! Mas, ainda assim mesmo, o negro se não rebelou. Fugiu — embrenhou-se no mato, perdeu-se pelos desvios das serras, acondicionou-se à sombra dos palmares, escondeu-se na escuridão da floresta. Se de princípio roubou e pilhou, se por largo tempo viveu da razia das plantações próximas e do saque dos fazendeiros, se foi asilo de escravos fugitivos, depressa se tornou agricultor, plantou, arroteou, amanhou as terras que transitoriamente ocupava e, à medida que a sua organização crescia, ia abandonando a primitiva pilhagem e roubo, para comerciar e permutar os produtos das suas lavouras e granjas com os fazendeiros, e antigos vizinhos, pelos gêneros de que carecia: alfaias agrícolas, armas etc.
Assim viveram pacificamente durante os primeiros tempos estes negros, transfugas sim, mas libertos das tiranias dos homens; fortes na sua união, vivendo no sossego das suas lavouras, apascentando os seus gados, cuidando das suas grangearias, até