O café na história, no folclore e nas belas-artes

doação que lhe foi confirmada por Dom João V a 20 de março de 1733 (ob. cit., id., loc. cit.). Como se verá mais adiante, ele próprio se entregou à cultura do cafeeiro.

Os atos mais notáveis da existência de Francisco de Melo Palheta ocorreram em 1722-1723 e 1727.

A EXPEDIÇÃO DE 1722-1723

Exatamente um centênio antes da independência do Brasil, já ocupava ele o posto de sargento-mor (equivalente ao de major atual), quando foi incumbido pelo governador do Estado do Maranhão, João da Maia da Gama (19 de julho de 1722), de importante missão no far-west brasileiro. Dessa viagem, — que, vencendo obstáculos e arrostando perigos, chegou até à redução jesuítico-espanhola de Santa Cruz de Cajuvabas, estabelecida à margem do Mamoré e bem abaixo da confluência deste com o Guaporé, — deram vagas notícias muitos escritores; mas, até quase fins do século passado, ninguém lhe conhecia o íntimo relato oficial. Tendo, porém, o falecido livreiro João Ribeiro Martins oferecido à Biblioteca Nacional uma coleção de manuscritos, da mesma fazia parte (em cópia recente, constante de um in-folio de 35 pp., feita do original existente no t. I dos Papeis vários da Torre do Tombo) o dito importante documento, que, sob o n. 19.621, figurou na Exposição de História e Geografia do Brasil, realizada a 2 de dezembro de 1881 (v. Suplemento ao Catálogo, 1883, p. 1.657).

Eis o título do mesmo: — Narração da viagem e descobrimento que fez o sargento-mor Francisco de Melo Palheta no Rio da Madeira e suas vertentes, por ordem do Senhor João da Maia da Gama do Conselho de Sua Majestade, que Deus Goarde, seu Governador e Capitão General do Estado do Maranhão cuja viagem e expedição

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