Os indígenas do Nordeste – 1º vol.

primeiras letras. Podemos mesmo dizer que a catequese resumia-se no seguinte esquema, traçado por Antônio Figueira: "Índios que descem das tabas, e padres que morrem de endemias ou são por eles vitimados. Sem o estardalhaço dos dias atuais, o missionário penetrava a floresta. Um altar portátil e seus pertences, um pouco de farinha de sal, frioleiras para os selvagens, cilícios e livro de consulta de casos de consciência formavam a opulenta bagagem. Padeciam fomes, martírios, a morte afrontosa (atados a um poste e os bárbaros ao redor, em alucinadas coreias, até o embate final) e lamentação não transparecia em seus relatórios".(1) Nota do Autor Com a obra da conversão, abriram-se estradas e fundaram-se aldeias, muitas das quais, hoje em dia, são vilas ou cidades.(2) Nota do Autor Houve quem observasse que os indígenas desapreciavam a rigidez e uniformidade das reduções: a culpa, entretanto, cabe mais aos colonos, que não souberam aproveitar as aptidões preferenciais do aborígene. O fato de o ameríndio ser incapaz de labor sedentário, em virtude de sua condição nômade e de sua despreocupação pelo futuro, era logo levado à conta de indolência. E dessa circunstância aproveitavam-se os homens ditos civilizados com pagarem os trabalhos à custa de salários abaixo do promédio. Erro não menor foi o de o colono branco impor a civilização a alguns elementos insulados, e não a todo o grupo ou comunidade indígena, quando é certo que o homem não existe fora do agrupamento social. Aos colonos, enfim, faltou ainda esse espírito de tolerância e compreensão, que Rondon aconselha no tratamento do selvagem. Se o índio

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