defendia, com ferocidade e bravura, o seu iguaçu opimo ou a sua jangla híspida, fazia-o na "presunção legal" de que era o legítimo dono da terra invadida e saqueada pelo caraíba. Na sua concepção, o índio julgava-se até menos selvagem que o branco. Quando os rumores da obra humanitária da Rondônia espalharam-se por suas regiões circunvizinhas, declararam os parintintins que, apesar dos obstáculos, tinham eles conseguido "amansar os civilizados".(1) Nota do Autor
Afora a obra de pacificação entre os colonos e as cabildas, postas em pé de guerra, cabia aos missionários da poderosa Ordem destruir alguns hábitos condenáveis da indiada, a exemplo da poligamia e do ritual canibalesco. Nesse particular, realizaram os missionários obra de saneamento moral, que beneficiou os próprios colonos, entregues, na maior parte, à mais desenfreada mancebia. E não eram os empecilhos e perigos que os faziam esmorecer: esfarrapados, famintos, queimados da geada ou da soalheira, andando a pie y descalsos, atravessavam os jesuítas matas e rios apenas pelo ideal um tanto cavalheiresco de confessar e ungir algum velho índio ou negro de engenho. Está claro que não nos referimos àqueles outros padres, da mesma Ordem, os quais, com o desenvolvimento social da colônia, compravam pretos para o arroteamento dos campos, traficavam largamente, em navios próprios, com os produtos da terra e praticavam operações bancárias em alta escala.(2) Nota do Autor
A escravidão, em suma, constituía-se a questão básica entre os colonos e os padres da S. J., cujo