Os indígenas do Nordeste – 1º vol.

resultado principal foi o aniquilamento das reduções. Esse problema apresentava-se uniforme em todo o país, embora, no norte, já não se mostrassem os selvícolas com a mesma disposição mental da época da florescência apostólica.

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Condições biossociológicas concorreram, sobremodo, para a obra de miscigenação dos portugueses, à qual, aliás, não era indiferente o Estado. O caboclo do nordeste, sobretudo na zona das atividades preferenciais do índio, é o resultado desses cruzamentos, que um antropologista chamou homogenésico-paragenésico. O nosso xantodermo, braquicéfalo, mediano na estatura, de cabelos negros e face larga, mostra ainda alguns dos caracteres mais comuns do tipo ameríndio.

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Os problemas, que servem de introdução ao estudo da organização e estrutura social dos indígenas do nordeste brasileiro, esboçadas neste livro, levam-nos, sem esforço, a mais algumas considerações de ordem genérica.

A não ser no vale do Pindaré-Maracu, ou no do Turiaçu, já em zona de franca transição para a várzea aluviônica, não possui a região semiárida nenhuma jazida arqueológica de importância relativamente às demais do extremo-norte. Nem por isso, entretanto, são os nossos selvícolas menos dignos de estudo.

Os indígenas do Nordeste – 1º vol. - Página 258 - Thumb Visualização
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