não, provocadas por tristeza, mas, ao contrário, por uma exaltação momentânea da estesia.

O Dr. Mário de Andrade, eminente professor, pianista e musicógrafo, já passou por uma dessas provas. Di-lo ele próprio. Descrevendo uma cerimônia fetichista no norte do Brasil, em que estava presente, assim se expressa: "Ora, à medida que as batidinhas suaves do maracá continuavam ininterruptas, e as cantigas moles se sucediam, eu observava que eu mesmo me deixava embalar cada vez mais.

A música me extasiava aos poucos, meu corpo se amulegava numa entorpecente musicalidade, ao mesmo tempo que gradativamente me abandonavam as forças de reação intelectual". (Publicações Médicas. Revista. São Paulo. Nº LXI. Agosto. 1934)

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Os maiores músicos e os mais insignes poetas encontraram sempre a matéria-prima de suas obras mestras nos motivos populares. A melodia que escapa da garganta rústica de um sertanejo inculto, é como se fora a própria natureza cantando pela sua boca.