Silva Jardim

"Sr. Presidente, devo propor a esta Câmara mais uma homenagem à memória do ilustre republicano, a quem, com tanta elevação e sentimento, acaba de referir-se o honrado deputado pela Capital Federal.

Como este meu digno colega, não pretendo historiar os serviços que Silva Jardim prestou à causa da República, no período em que ela era a mesma causa da nossa Pátria; mas seja-me permitido assinalar os três pontos em que esses serviços se podem resumir. Antes de tudo, Silva Jardim teve a intuição clara, quase profética de que chegara a derradeira hora da monarquia no Brasil; ninguém o sentiu tão profundamente, nem o pregou tão convictamente; dir-se-ía que aquele iluminado espírito não tinha somente a previsão, mas a visão nítida da República prestes a advir.

Quem era esse moço e de onde surgia, animado de tal fé? Longos anos de estudo e de meditação haviam-no preparado para essa elevada ação social, desde a campanha abolicionista, à sua extraordinária aptidão de propagandista e de agitador.

Mas a agitação em que ele lança a Nação, apenas realizada a revolução abolicionista — e este é o segundo característico dos seus patrióticos serviços, — tem a mais pronunciada feição orgânica, inspira-se em doutrina real, visa um objetivo demonstrável.

E ele o demonstra, propagando o instante do advento da República — despida das nuvens da metafísica democrática à concepção desse regime, não o exigindo como satisfação a direitos populares, mas apontando-o

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