Silva Jardim

inusitada em idade tão tenra. Era a revelação do futuro didata de São Paulo e de Santos, que mais tarde entusiasmaria o frio João Kopke.

Aos onze anos, concluído o curso de primeiras letras, já substituía o sacristão com um latim suspeito, nas missas e batizados de Capivari...

A sua vivacidade e profunda dedicação aos mistérios do culto católico induziram seu pai a interná-lo no seminário de Niterói, o que chegou a providenciar por influência do dr. Cesário de Mello, então delegado de polícia na Capital.

Queria ser padre a ser bacharel - dizia, porque este é ministro do rei da terra, quando aquele é ministro do rei do céu...

De uma singular precocidade moral, manifestada pela sisudez e o bom senso que lhe davam uma nota estranha à personalidade já claramente esboçada, respondeu uma vez ao pai, que manifestara o desejo de que prosseguisse os estudos:

— Eu não posso querer nem desejar formar-me, porque papai é pobre e tem família numerosa.

Mas, Gabriel Jardim, que bem conhecia as qualidades do filho, redarguiu-lhe:

— Não, eu posso, se bem que com sacrifício, manter-me com os pequenos rendimentos da lavoura e gastar contigo os meus vencimentos de professor.

E a 23 de abril de 1873 seguia para Niterói, aos cuidados de Honório e Felisberto de Carvalho.

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