EPISÓDIOS DE ACAMPAMENTO

O CULTO À BANDEIRA

Na época em que terminei o meu curso de engenharia e de Estado-maior, estava dominado por ideias dissolventes, próprias da situação tumultuária em que se debate a sociedade, e intimamente convencido da insinceridade geral do culto à bandeira. Alguma frase irreverente ouvida durante uma dessas conhecidas solenidades do hastear e do arriar a bandeira nos quartéis; um riso de mofa, desenhado intencionalmente nos lábios de um oficial antigo, no momento em que me incorporava à companhia designada para um funeral quando, ardendo em entusiasmo juvenil(1) Nota do Autor, formalizado, cônscio da importância que se deve ligar a homenagens cívicas que focalizam o amor à pátria, marchava entre armas de baioneta calada, empunhando o estandarte auriverde; a indiferença de um numeroso grupo de oficiais diante da velha e esfarrapada bandeira do batalhão (substituída depois por iniciativa minha, com recurso de subscrição entre companheiros de corpo); muitos outros incidentes em que eu via malbaratar o respeito ao pavilhão nacional... tudo isto havia cavado em meu espírito uma dúvida atroz, que me colocava num dilema: