era eu um retrógrado, que não havia acompanhado a evolução das ideias dominantes, ou era um infeliz a quem o destino conduzia eternamente aos meios deprimidos, onde não fazem ninho as ideias grandiosas de dedicação e patriotismo!
Foi nesse estado de espírito que, resistindo às solicitações de meu venerando pai, e deslumbrado pelos primeiros ecos do estoicismo de Rondon, solicitei minha admissão aos serviços da Comissão de Linhas Telegráficas de Mato Grosso ao Amazonas.
De uma turma de mais de 50 engenheiros militares éramos apenas quatro os que preferíamos aquela comissão. E tivemos imediatamente uma amostra da orientação do novo chefe escolhido, recebendo ordem telegráfica de embarcarmos no primeiro vapor... e demos-lhe prova incontinenti do nosso ponto de vista, embarcando nesta capital uma semana antes do carnaval e poucos dias depois de nomeados.
Levando na alma o gérmen do ceticismo; desconfiado da legitimidade da auréola que a história ia tecendo em torno de Rondon; habituado às decepções das falsas tradições de patriotismo e desinteresse, com que a maioria dos políticos em evidência ocultam os seus verdadeiros móveis egoísticos; internando-me pelos sertões de Mato Grosso, naqueles longínquos acampamentos, fui afinal encontrar o meio apropriado para alimentar e desenvolver as minhas aspirações de homem e de brasileiro...
Através tudo o que vi e que irei aos poucos referindo, guardo até hoje com veneração as impressões da sinceridade e do entusiasmo com que Rondon sistematicamente prestava culto ao pavilhão nacional. Para o local do acampamento não era só indispensável a água corrente, mas, com igual força de necessidade palpitante, o mastro da bandeira! Fossem os acampamentos de construção da