de extinguir a vida deste valente oficial. A ocasião era propícia, porque apenas o chefe e esse outro oficial se encontravam no acampamento, visto como o Ministro da Guerra de então (general Menna Barreto) entendera de bom alvitre, ordenar o recolhimento de vários oficiais aos seus corpos, sem atender às justas ponderações do chefe da Comissão! Liquidados os oficiais, pretendiam os revoltosos apoderar-se do cofre do acampamento, dos víveres, dos meios de transporte existentes, etc., e marchar pela linha, derrubando a machado todos os postes, prendendo quem não aderisse e assaltando as povoações e as cidades por onde a linha atravessava!
Vejamos como as qualidades pessoais de Rondon formaram a luz da estrela da salvação... Com a sua memória fora do comum, ele conhecia pelo nome todas as praças e sabia exatamente em que detalhe de serviço cada qual se aplicava.
Era pela madrugada e o acampamento agitava-se no burburinho quotidiano... Certamente os revoltosos haviam de ter trocado entre si as últimas seguranças de que cada um estava bem compenetrado do papel que devia representar; certamente trocaram entre si o último olhar significativo e cabalístico; quando ecoou pelas costas de Rondon uma palavra comum, e apropriada não só ao sinal convencionado como ao movimento natural de formatura no acampamento...
- Vamos!... disse uma voz firme e resoluta, em tom apenas perceptível às fileiras que se estendiam em frente à barraca do chefe da Comissão.
A este grito sedicioso, pronunciado com a máxima naturalidade pelo célebre "Russinho", Rondon volta-se de frente para ele, sem nunca imaginar o que fervia na pestilenta cabeça daquela fera humana!