Evolução econômica do Brasil

um penetrante capítulo no seu livro sobre Antonio Conselheiro.(99)Nota do Autor

Do ponto de vista da história econômica, o drama de Canudos pertence à longa série de acontecimentos que conduzem à abertura do país e ao movimento das fronteiras. Foi uma defesa do Brasil "econômico" contra o atentado do sertão de remover a fronteira.

O sertão produziu os seus próprios destruidores — os bandeirantes. Mesmo nos tempos recentes o maior movimento da fronteira política (e contemporaneamente da econômica) — aquisição do Território do Acre — foi obra do sertanejo, revivendo os velhos bandeirantes.

Em 1871 existiam dois mil brasileiros no Purus (Acre), em 1890 — 50 mil. Assolados pela seca do Ceará, pelo clima do Amazonas, o sertanejo moveu-se em massa. Albano nos dá uma excitante descrição dessa migração:

"Muito maior é o número dos infelizes que, na luta contra a pujança assassina da Amazônia, encontraram a morte; e a esposa carinhosa, os tenros filhinhos, a velha mãe, a noiva chorosa esperam saudosos a volta do ente querido, que se foi e não mais volveu. Legiões e legiões dão baixa, para serem substituídas por outras, cujas fileiras são dizimadas e novamente preenchidas. Nesse trabalho lento, paciente e heroico tem o nordeste brasileiro perdido a fina flor de sua população. Mas... excelsior!,... excelsior! ... e os modernos bandeirantes, obscuros e persistentes, fazem broca nas florestas amazônicas, avançam, avançam e ganham terreno dia a dia.