Capítulo II: A PERMANENTE MUDANÇA DOS PRODUTOS PRINCIPAIS
"Os Estados Unidos do Brasil são um mundo em si mesmo". (Rudyard Kipling)
A história da economia brasileira é uma série de "recordes" sensacionais, caracterizada por uma sequência de flutuações que espantam. Ela constitui, na verdade, a história do aparecimento e desaparecimento por assim dizer de sistemas econômicos inteiros em que uma nação baseia a sua existência. A sua característica principal é a permanente mudança das condições dos produtos que poderemos chamar de "produtos-reis". Açúcar, cacau, ouro, fumo, borracha, café — cada um desses produtos tem o seu lugar na história do país, e foram, cada um no seu tempo, o "eixo" da economia nacional (ou estadual), dando ao Brasil uma supremacia mundial temporária.
Assim é que no século XVII, o Brasil foi o maior fornecedor mundial de açúcar, mas teve de ceder a sua supremacia às Índias Ocidentais e à Europa.
No século XVIII sobreveio a corrida para o ouro; e o ouro tornou-se o eixo da economia brasileira, embora as descobertas verificadas na Califórnia, na África do Sul e na Austrália, cedo ofuscassem as do Brasil.