O rio São Francisco, ponto de encontro das bandeiras de São Paulo e do norte, foi o berço da civilização brasileira.

Foi a grande estrada da civilização brasileira: é nas suas cabeceiras que pairam as grandes bandeiras, e daí se expande e ondula o impulso das minas; é no seu curso médio e inferior que se expande e propaga o impulso da criação, os dois máximos fatores do povoamento. As suas ondulações extremas desde São Paulo (ligado a Minas) até o Piauí (ligado a Pernambuco) abraçam o que hoje se poderia chamar o Brasil brasileiro.

O extremo norte, a Amazônia, é em excesso indiático; o extremo sul (Rio Grande) é demasiado platino. (9)Nota do Autor

O rio São Francisco serve de marco ao primeiro período da civilização brasileira, assim como o Paraná assinala o período seguinte. A supremacia do açúcar corresponde ao primeiro, e a hegemonia do café ao segundo. Bahia e Pernambuco representam o período colonial, assim como Rio de Janeiro e São Paulo o período atual da história brasileira. O norte formou uma sociedade aristocrática revolucionária; o sul, uma sociedade liberal desorganizada.

Os bandeirantes, no fim do século XVIII, já pertenciam ao passado. O tipo nômade fixou-se e aquietou-se; os aventureiros e heróis constituíram-se em núcleos povoados de mineradores, tornaram-se pacíficos criadores de gado, lavradores e agricultores.

D. João VI, à sua chegada ao Novo Mundo, encontrou esta agitada sociedade mais ou menos fixada. Não era ainda um país organizado, porque consistia apenas em um grande número de povoados, num vasto território,