e os bons preços. Os outros Estados sentiam-se ciumentos desse sucesso do paulista.
Dois perigos sobrevieram dessa situação — interna e externamente.
Um deles foi o aumento da plantação de cafeeiros em São Paulo, influenciado pela facilidade de crédito organizado pelo Instituto, por meio de dinheiro obtido por empréstimo, e o outro foi a concorrência dos países estrangeiros, ambos sob a proteção do sistema de defesa. A acumulação dos stocks, muitas vezes financiados por operações de crédito a prazo curto, as enormes variações no volume das safras, e a natureza rígida da procura complicaram a situação.
Mas o paulista não tinha percebido o perigo. A publicação oficial do Instituto em 1928 declarava:
"O Brasil é o maior produtor... e nada nos faz temer que ele venha a perder a supremacia mantida até agora. Muito pelo contrário, tomando em consideração o desenvolvimento do cultivo do café em todos os países produtores, chega-se à conclusão de que nenhum outro país pode competir com o Brasil. O Estado de São Paulo sozinho, se os paulistas assim desejarem, poderia fornecer em um futuro próximo 25 milhões de sacas, ou mais do que o presente consumo mundial."(59)Nota do Autor
Além disso, o Instituto também menciona que, "fora do Brasil o café também é cultivado: em alguns países da América do Sul e Central, na Ásia, África e Oceania; o número de concorrentes é de fato grande, mas muito poucos deles merecem um estudo atento."(60)Nota do Autor