terras para trabalhar; eles eram, ao contrário, trazidos pelo desejo áspero de fazer fortuna, pela ambição ardente de ganhar dinheiro; lançavam-se à agricultura e as suas lavouras prosperavam; o braço, o grande problema dos países novos, vinha a faltar.
O único meio, na época, para aquisição de trabalhadores, eram as entradas ao sertão, acompanhadas sempre de guerras, que claramente faziam prever a sorte do índio vencido: a morte ou a escravidão.
Dadas essas circunstâncias, a escravização do índio era uma consequência lógica, tornava-se indispensável ao colono que cedo ou tarde se havia de rebelar contra o sistema dos jesuítas.
O jesuíta aldeava em proveito próprio, fazendo os índios trabalharem nas fazendas da Companhia, segregando-os da colônia, evitando até que eles tivessem comunicações com os colonos — queixavam-se estes.
Os portugueses reduziam o indígena a uma escravidão cruel, mil vezes pior que a barbárie do sertão; não queriam homens, queriam escravos, máquinas de trabalho, com os quais não tinham piedade — acusavam os jesuítas.