A Corte de Portugal no Brasil (notas, alguns documentos diplomáticos e cartas da Imperatriz Leopoldina)

As mesmas intenções e desígnios eram confirmados em uma nota entregue ao ministro inglês, Lorde Strangford, representante de S.M. britânica em Lisboa:

"Sua Alteza Real, não havendo assentido à totalidade das proposições da parte das duas potências aliadas (Espanha-França) de que resultou o retirarem-se desta Corte os seus agentes, tem a íntima satisfação de que não obstante o perigo a que se expôs, os súditos de Sua Majestade britânica ficarão ilesos na sua liberdade pessoal e nas suas propriedades. Sua Alteza Real cumpriu quanto lhe foi possível a sua palavra, dando todo o tempo para os súditos ingleses se retirarem e exportarem os seus efeitos, com isenção completa de direitos; agora, porém, instando a França pela execução da sua proposição a este respeito, com ameaças e com a marcha do exército de Baiona para o interior da Espanha, foi Sua Alteza Real obrigada, bem que muito a seu pesar, a fazer a demonstração exigida, a fim de ver se ainda por este modo evita o ataque de Portugal; e Sua Majestade britânica pode então estar certo de que os súditos britânicos experimentarão nas suas pessoas, e em algum resto dos seus bens, os efeitos possíveis da sua Real proteção."(6) Nota do Autor

Mas, Sua Majestade britânica perante quem, lealmente, sua Majestade Fidelíssima justificava a política de dobrês e as ambiguidades intencionais do seu governo e da sua diplomacia, ainda se não dera por satisfeita; usava de represálias; mandava bloquear Lisboa e ocupar a Ilha da Madeira. Nem todo o ouro do Brasil, espalhado abundantemente em sucessivos subornos, pôde travar os acontecimentos, demover Napoleão, aplacar o Príncipe da Paz e protelar por mais tempo a invasão

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