A Corte de Portugal no Brasil (notas, alguns documentos diplomáticos e cartas da Imperatriz Leopoldina)

inevitável. Em todo o caso, nas observações oficialmente aditadas à carta de ratificação da referida convenção secreta entre a Grã-Bretanha e Portugal, expunham-se as razões de Estado que levavam o governo português a revogar o artigo primeiro adicional desse acôrdo. Eram ainda falaciosas e habilíssimas disposições para ganhar tempo.(7) Nota do Autor

"Sua Alteza Real tinha concebido o projeto de estabelecer na ilha de Santa Catarina um porto para o comércio do Brasil, quando intentou mandar para aquela colônia seu filho primogênito — o Príncipe da Beira; mas como não se efetuou a sua partida não se pode por ora estabelecer um plano de comércio instituindo uma alfândega geral para esse fim. Se acaso Sua Alteza Real partir com toda a Real Família, fica tirada toda a dúvida; quando não, será preciso convir com a Inglaterra de algum meio (o que é possível) de dirigir o comércio, que o mesmo Senhor quere favorecer, tanto para comprazer com Sua Majestade britânica, como porque as manufaturas inglesas permitidas são de primeira necessidade para os habitantes daquela colônia.

Mas no momento atual o estabelecimento na ilha de Santa Catarina faria irritar as duas potências aliadas do continente, o que Sua Alteza quere por último modo evitar. Resta pois a convir com a Inglaterra em um meio mais disfarçado para este comércio para o que se tratará com o governo britânico quando ele queira: e esta é a razão de não ser ratificado este artigo.

Para a execução de qualquer plano a este respeito é preciso termos a certeza de haver comunicações com o

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