Brasil, a fim de se poderem dar ordens competentes aos governadores, porque presentemente não existe comunicação com aquele continente, estando o comércio na maior incerteza.
Necessita-se também estipular a segurança de navios que forem avulsos, e a concessão para se cruzar contra os Argelinos para a proteção deste comércio, como já foi ordenado ao Ministério de Sua Alteza Real em Londres, que o requereu."
Estes interessantíssimos documentos, reveladores da coartada liberdade em que Portugal se contorcia, além de denunciarem as interesseiras intenções comercialistas da Inglaterra, concedem, por legítima dedução, um aspecto inédito ao problema da transferência da monarquia portuguesa, enrolada, nas vésperas da invasão francesa, a compromissos irreconciliáveis, cuja peremptoriedade de prazos o governo português ia dilatando com os recursos extremos de uma notável dialética política.
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Demais, é dado inferir desses textos suasórios que não só a solução da partida da Corte estava compreendida num plano velho, como também fora perfilhada pela Grã-Bretanha que a aconselhou e insistiu pela sua adoção a bem dos seus interesses políticos na Europa e da futura expansão do seu comércio na América.
Quem tiver a preocupação de relacionar a História Contemporânea do Brasil com a História Universal não deixará de surpreender na documentação produzida sobre o estabelecimento da Coroa portuguesa no Rio de Janeiro as intenções da Inglaterra no sentido de alargar o seu comércio ao Novo Mundo, depois de ver a inexequibilidade do filosófico e grandioso plano concebido