A Corte de Portugal no Brasil (notas, alguns documentos diplomáticos e cartas da Imperatriz Leopoldina)

da Grã-Bretanha, tudo foi julgado inoportuno e impertinente no momento em que o governo português tudo arriscava pela neutralidade.(9) Nota do Autor

A resistência militar parecia loucura.

"A resistência era impossível — escreveu Silvestre Pinheiro Ferreira — de que bem persuadidos estavam os que a aconselharam antes do embarque do regente, porque nunca Portugal pôde, nem poderá defender-se das forças coligadas da França e Espanha, a não ser apoiado por todo o poder da Inglaterra; mas esta nação estava em 1807 bem longe de se querer medir no continente com o exército francês, que acabava de aterrar as formidáveis legiões russas, ao mesmo tempo que Napoleão havia feito entrar Alexandre na liga contra aquela potência, e obtido o consenso do autócrata para a anexação de Espanha e Portugal ao Império francês".(10) Nota do Autor

Nos conselhos que se reuniram em Mafra e no Palácio da Ajuda, em agosto e setembro de 1807, Dom Rodrigo de Sousa Coutinho, chefe do partido inglês em Portugal, Conselheiro de Estado, que desde 1801 cedera o seu lugar de ministro a Dom Antônio de Araújo, era de parecer que a Família Real devia embarcar para o Brasil, declarando-se previamente guerra à França e apetrechando-se com 40 milhões de cruzados um exército de 70 mil homens que se deveria opor à invasão.

Realizava-se, afinal, a ameaça de Talleyrand arremessada contra o governo de Fox para obrigar a Grã-Bretanha a condescender nalguns artigos da negociação da paz: o exército francês concentrado em Baiona conquistaria Portugal, cujo território seria retalhado e repartido.(11) Nota do Autor

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