Botânica e agricultura no Brasil no século XVI

No começo do século XVI, ainda se não possuía uma orientação segura nem tinha nada de positivo para classificar as plantas e os animais desta terra. Tudo que aqui encontraram, era inteiramente novo, totalmente desconhecido aos advindos, e se na Europa culta a história natural ainda se apresentava com os trajes que lhe fornecera Plinio, é fácil compreender porque, homens como Schmiedel, Staden, Lery, Thevet, Nobrega, Anchieta, Soares de Souza e outros, não apresentaram as espécies classificadas pelo sistema binário, que só surgiu em meados do século XVIII. Para justificá-los veja-se o trabalho de R. P. Charles Plumier, que data de 1693. No mesmo, as plantas da América são apresentadas por meio de uma descrição resumida. Porque desprezar portanto os trabalhos de Lery, Thevet ou qualquer dos supra mencionados e outros, por nos descreverem um vegetal útil ou interessante com respectivo nome indígena, que, em regra, também já é uma descrição resumida, mas melhor e mais adequada do que as fornecidas por Plumier?!

Sem dúvida as obras de Piso e Marcgrav marcam uma época, representam trabalhos verdadeiramente científicos, porque são ilustradas e destinadas a tornar conhecida a biologia (fauna e flora) da nossa terra. Mas aí estão também os trabalhos de Lery, Thevet e Gandavo que trazem reproduções de plantas e animais do Brasil, feitas um século antes. Isto significa alguma cousa porque justamente então começou-se a introduzir a arte gráfica em vários países da Europa e Thevet, em 1558, se ufanou em ter sido o pioneiro das boas impressões de estampas na França, graças ao fato de haver levado para lá, de Flandres, os melhores gravadores das mesmas. Procure-se examinar as suas reproduções da

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