Botânica e agricultura no Brasil no século XVI

orientadora da agricultura e jamais esta deveria ser praticada sem se recorrer aos seus sábios conselhos.

Pensar em agronomia e pecuária sem ouvir a botânica é erro tão grave quanto estudar esta sem interessar aquelas. Mas, infelizmente, os dois males nos afligem e não pequenos são os prejuízos e danos que sofremos como consequência natural e inevitável desse fato.

Se assim se relacionam a botânica e a agricultura, é evidente que a sua história não pode ser separada. Aliás, elas nasceram na mesma época, cresceram juntas e desenvolveram-se de braços dados no transcorrer dos séculos e milênios.

Tentativas para organizar a história da botânica no Brasil, foram feitas diversas. Não temos a veleidade de querer ser original, e, se esse trabalho existente apresenta falhas e lacunas que precisam ser corrigidas e preenchidas, não se acredite que temos a presunção de realizar este serviço. Esta obra, que entregamos aos estudiosos da scientia amabilis, é como outras. Coisa perfeita neste terreno é utopia. Move-nos um só desejo: contribuir com o recenseamento do trabalho de uma dúzia de abnegados, que a vaidade própria da uns e o ódio peculiar de outros, com grande injustiça, condenaram ao olvido. Fazendo isto, - bem o sabemos - não passamos de servente. Carregamos pedras e aduzimos materiais, com que alguém, - mais preparado, mais disposto e rico - possa terminar o edifício da história da botânica e agricultura do nosso país, cujo arcabouço outros corajosos antecessores já levantaram. Aos mestres na ciência e aos artistas na literatura deixamos o privilégio de criticar, mas pedimos-lhes que refundam e aproveitem o que expomos, para com isso encher os vazios, revestir o áspero, alisar e adornar a obra.

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