Alberto Torres e sua obra

e administração financeira, social, econômica e de educação, para o qual desafia o confronto com tudo quanto, em política e administração, se tem feito no Brasil nos seus dois regimens políticos, confronto que se estenderá desde o rigor e exação na aplicação dos tostões do erário público até à presidência quanto aos altos interesses contemporâneos e futuros, materiais e espirituais da população fluminense."

Falando na inauguração do núcleo de Campos da Sociedade dos Amigos de Alberto Torres, disse o seguinte:

"Alberto Torres, que entre gentes menos presumidamente cultas teria sido um elemento de construção efetiva e contínua, foi entre nós singularmente desdenhado; e o 'ciúme' e a 'inveja' resultantes da competição natural, espontânea que o seu valor oferecia aos rotineiros, atrasados e medíocres foi verdadeiramente calamitoso para os destinos de sua terra. Em defesa da autonomia de seu estado, foi que Alberto Torres teve o belo gesto de renúncia à pasta de ministro da Justiça, o que lhe valeu a sua unânime consagração para o cargo de presidente do Estado.

Quem conheceu a alma nobilíssima de Alberto Torres, o seu leal fervor democrático, o seu amor desinteressado pelas instituições republicanas, sabe as amarguras do seu espírito e as lutas do seu coração para dirimir, dentro da órbita constitucional, a situação política criada pela duplicata de municipalidades deste progressista e rico município. Campos sempre reconheceu o valor do seu grande presidente, que recebeu o conforto da solidariedade deste grande povo. Como há dias declarou o dr. Pereira Nunes, o grande sociólogo denominou então Campos — a capital da democracia fluminense — e é assim de oportunidade que torne conhecida uma página de Alberto Torres, escrita pouco tempo antes do seu falecimento, na qual dizia como administrara o estado do Rio:

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