Constituinte Imperial, os do 7 de Abril, os da reação liberal de 68, os do Manifesto de 70, os da Constituinte Republicana. Ideias, processos, objetivos? Os mesmos. Os de hoje como os de ontem, como os de anteontem.
Os de hoje, entretanto, têm diante dos olhos um material precioso, que os seus antecessores não tiveram. Este: quase 120 anos de experiência da democracia no Brasil.
Estes cento e tantos anos de experiência democrática como aparecem aos olhos destes idealistas? Que parte têm eles na formação das suas ideias políticas e dos seus planos reformadores?
Não quero dizê-lo; talvez mesmo não saiba dizê-lo: isto depende muito da categoria de espíritos, a que pertencem estes sonhadores. Se há espíritos "extroversos" e espíritos "introversos", como quer a classificação de Jung, esta larga experiência social, de mais de cem anos, pode ter um valor enorme e pode não ter valor algum.
Ocorre, porém, que em nosso país, na sua elite política principalmente, dominam os espíritos do segundo tipo da classificação de Jung. Ora, para os idealistas deste tipo pode-se dizer que a realidade social não existe; portanto, a experiência social lhes vale pouco, ou nada vale. Cem anos de experiência, um ano de experiência ou nenhuma experiência são para eles a mesma coisa.
Este tipo de idealistas é que tem feito aqui aquela ilusória "política silogística", da ironia de Nabuco: — "Uma pura arte de construção no vácuo: a base são as teses — e não os fatos; o material, ideias — e não