O idealismo da Constituição

Para Ingenieros, com efeito, as sociedades humanas estão sempre sob um processo de contínua transformação, de modo a realizar o mais completamente possível a sua adaptação ao meio em que vivem, e que varia incessantemente. Ora, são as etapas futuras desse processo funcional, são essas formas futuras de adaptação melhor e mais perfeita ao meio que, entrevistas antecipadamente, fornecem aos espíritos de tipo "experimentalista" a matéria para a elaboração do seu sistema de ideais — isto é, do seu "idealismo fundado na experiência".

Desde que esse sistema de ideias não representa a visão antecipada de uma realidade futura, da evolução futura do povo, os homens, que a ele se consagram e por ele batalham, deixam de ser propriamente idealistas no bom sentido da expressão e relegam-se à condição de simples "sonhadores", que não merecem ser tomados a sério pelos verdadeiros idealistas: — "Los ideales se postulan — diz Ingenieros — como antecipadas representaciones de processos que se gestan continuamente en la inestable realidad social: quando no espresan una forma del posibile devenir, son fantasmas vanos, futiles quimeras"(2). Nota do Autor

Há, então, duas espécies de idealismo:

a) o idealismo utópico, que não leva em conta os dados da experiência;

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