O idealismo da Constituição

II

Esse secular predomínio do idealismo utópico da nossa evolução política tem razões muito profundas e pausas gerais de grande força.

Nos primeiros decênios da nossa emancipação, parecem justificá-lo, de certo modo, as próprias condições do ambiente espiritual, em que se viram envolvidas as primeiras gerações da Independência. Estas, na verdade, começavam por formar o seu espírito sob um sistema de educação intelectual que as afastava do conhecimento da nossa terra, da nossa gente, do nosso gênio — das nossas coisas, em suma.

Nos princípios do século IV — bem o sabemos(4) Nota do Autor — o ensino elementar, como o superior, estavam principalmente a cargo das várias corporações religiosas, que tinham vindo semear em nosso solo a verdade dos Evangelhos. Principalmente os jesuítas: era nos seus colégios e seminários que se educava a elite das nossas gerações coloniais, isto é, a mocidade que sabia da opulência das fazendas para as lutas da vida pública local.

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