O idealismo da Constituição

haviam aprendido nestes centros universitários, em que iniciaram e completaram a sua educação mental(5). Nota do Autor

Esse idealismo utópico encontra, como se vê, para as nossas primeiras gerações políticas, uma poderosa justificativa. Era mesmo impossível evitá-lo; tudo concorria para produzi-lo: a educação extranacional das nossas elites, o ambiente de idealismo que então as envolvia, o estado ainda metafísico e nebuloso da ciência política.

Entretanto, esses ideais — é este um ponto que convém ressaltar — gerados tão longe de nós, e aqui semeados por estes sonhadores ardentes, não caíram em terra sáfara e estéril; germinaram, cresceram, frutificaram em seara fecunda: todas as gerações seguintes, nestes cento e tantos anos de independência nacional, os tomaram à sua conta. Daí vem que a nossa história política, desde 1822 aos nossos dias, não tem sido outra coisa senão uma ronda contínua e infatigável em torno desses ideais, estranhos à nossa índole e ao nosso meio e — o que é mais — nem sempre adaptáveis ao nosso povo e à nossa índole, como veremos.

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