Bandeiras e bandeirantes de São Paulo

moradores de São Vicente intentaram obrigá-lo a prestar-lhes obediência.

É evidente que esse anônimo se refere ao fato de Ruy Garcia de Mosquera e outros europeus, escapos ao massacre do fortim do Espírito Santo, unidos ao bacharel, haverem tomado posse da atual região iguapense em nome da coroa de Castela, o que lhes valera uma guerrilha dos portugueses de São Vicente, capitaneados por Pero de Góes da Silveira, em 1534.

Ruy Diaz de Gusman narra miudamente tal fato, colhido da tradição espanhola. Da documentação portuguesa, vemos que as terras do porto das naus, em São Vicente, foram doadas por Martim Affonso de Sousa a esse bacharel, que ali também construiu muitas benfeitorias. Com a sua retirada para o sul do continente, acompanhando aos espanhóis de Mosquera, essas terras se encontravam devolutas e foram assim doadas novamente, desta vez a Pedro Corrêa e pelo capitão-mor Gonçalo Monteiro.

Escritores nacionais têm estabelecido muitas conjecturas sobre esse primeiro europeu fixado na costa vicentina. O certo é que com seus genros, entre os quais Gonçalo da Costa, foi dos primeiros a traficar escravos índios nessa região. E como seu primeiro habitante branco, não quis sujeitar-se ao domínio dos novos fundadores de São Vicente, preferindo abandonar todos seus haveres duramente adquiridos, indo terminar seus dias em terra longínqua.

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