tudo o que possuem os espanhóis dentro do círculo do Rio da Prata ou Paraguai, que deve ser a nossa raia."
Para execução dessa sua firme intenção, o morgado de Matheus não conheceu empecilhos. Invadiu o território contestado pelo Paraguai e que de fato pertencia à capitania de Mato Grosso e obrigou os paulistas a irem para aquelas regiões, além de onerá-los com pesados tributos para poder levar adiante o seu projeto.
"Tenho conservado, comunicava ele ao ministro Mello e Castro, em 1770, o estabelecimento há três anos, com a competente guarnição de oficiais e soldados pagos, como também fiz passar àquela grande distância quatorze peças de artilharia com as munições e palamenta necessária, apetrechos e ferramentas competentes para se edificarem as casas e lavrarem as terras, abrindo para esse efeito as estradas pelas serranias e alagadiços, para passarem os carros, como também as navegações dos rios para rodarem as canoas, tudo com incansável trabalho por espaço de muitas e muitas léguas".
Não atendeu às reclamações do governo do Paraguai e do governador de Mato Grosso; não deu ouvidos às lamentações do povo paulista que mercê de inúmeras violências, forneceu gente e dinheiro para aquele propósito.
"Logo que vossa mercê receba esta", ordenava ele a José de Almeida Leme, capitão-mor de Sorocaba, "sem a mais leve demora, faça avisar ao tenente da expedição Felippe Fogaça e a seu cunhado Manuel Gomes, para que sem contradição alguma se ponham logo