Estudos de História do Brasil

— mostrou-se impotente para conter a agitação que dominava as ruas, de modo de modo que d. Pedro I, a 5 de abril, apelou para um gabinete de palacianos impopulares (marqueses de Inhambupe, Aracati, Baependi, Lajes e Paranaguá e visconde de Alcântara), que foi chamado o "ministério da facção áulica".

Exigiu o povo, a 6 de abril, que o monarca fizesse voltar ao poder o gabinete liberal despedido na véspera. D. Pedro, porém, declarou que, "mantendo o seu direito constitucional de escolher livremente os membros do ministério, estava pronto a fazer tudo para o povo, mas nada pelo povo".

Na madrugada seguinte, dava-se a abdicação.

Vê-se, claramente visto — apesar da inexperiência dos homens e do equilíbrio instável a que os propeliam os interesses e as paixões do momento, num meio sem antecedentes históricos compossíveis com as instituições monárquicas — que, no período decorrido de 7 de setembro de 1822 a 7 de abril de 1831, estiveram vívida pugna no Brasil a exótica tradição dinástica e a corrente democrática, acabando esta por triunfar.

b) De 7 de abril de 1831 a 23 de julho de 1840

Se os vencedores não tivessem medido bem e enfrentado com intrépido vigor os perigos que se lhes antolharam após a queda de d. Pedro I, — ou a nossa pátria se fragmentaria, satisfazendo-se, assim, as aspirações federalistas extremadas, ou se implantaria nela uma república unitária prematura, ou, finalmente, se acurvaria ao jugo vilipendioso de um despotismo inaguentável.

A Regência — "ponto culminante da nossa história política", no acertado dizer de Euclides de Cunha — é uma verdadeira quadra de experimentação republicana,

Estudos de História do Brasil - Página 31 - Thumb Visualização
Formato
Texto