Migrações e cultura indígena. Ensaios de arqueologia e etnologia do Brasil

da evolução social. Duas ou três vozes claras se faziam ouvir, em seu favor, sem encontrar, entretanto, perfeita ambientação. CASPITRANO, RONDON, ROQUETTE-PINTO, RODOLPHO GARCIA, vieram mais tarde, acrescentando a estes estudos um alto e ilustre contingente de trabalho. O Serviço de Proteção aos Índios, incumbiu-se da estrutura material. Rondônia marcou um dos instantes mais felizes no território da inteligência e da pesquisa. Etnografia Indígena, foi a exaustiva documentação que, sobre a constituição dessas raças brasílicas, a nossa cultura construiu.

O Brasil ainda continuava, porém, naquela preocupação de absoluta fidelidade às ideias da Europa. Era "ariano", e a sua curiosidade intelectual se bastava com o pensamento, a emoção, vindas do outro lado do Atlântico. O índio, como ser humano, fora apenas uma nota romântica no lirismo de Magalhães, nos romances sentimentais de Alencar. A terra não nos interessava senão como elemento geográfico. A história fazia-se numa cronologia complicada. A etnografia, a etnologia, a arqueologia, não encontravam ambientação para viver. As vozes a favor do índio amorteciam sem ressonância.

Foi numa tentativa de renovação desses estudos, que comecei a trabalhar. Quando escrevei a Introdução à Arqueologia Brasileira nada havia de

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