Migrações e cultura indígena. Ensaios de arqueologia e etnologia do Brasil

objetos de barro cozido, (terracota), as louças vidradas, esmaltadas, faianças, etc.; à segunda, as porcelanas finas, que supõem uma civilização histórica florescente. Ao primeiro grupo pertence a louça dos oleiros de civilizações nascentes, a louça de Marajó, p. ex., a do tupi-guarani do litoral, etc.

Entre as tribos americanas e brasileiras, em geral, a cerâmica era trabalho atribuído às mulheres. Sabe-se pela documentação dos primeiros cronistas e por estudos promovidos entre remanecentes de indígenas brasileiros atuais, que esse costume se transmitiu de povo a povo, chegou aos nossos dias e resistiu sempre a todas as modificações.

Já muito diferente é o que acontece agora na Argentina, onde a cerâmica fabricada pelos nativos, descendentes de antigos indígenas, da província de Córdoba, obedece à técnica diversa. FRANCISCO DE APARICIO, no decorrer de investigações arqueológicas procedidas na região serrana de Córdoba, em contato com três oleiras, sobreviventes de antigas profissionais da região, observou que elas haviam adotado nova técnica para o trabalho da tabatinga, concluindo dessa modificação achar-se a indústria criola, que fora tão rica naquela região, empobrecida sensivelmente de recursos e de formas. Observou, ainda, que as oleiras de agora já não usam desengordurantes, nem corrigem o grau de plasticidade da pasta juntando-lhe substâncias adequadas. Elas evitam esta preocupação, que foi o motivo

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