Machado de Assis - Estudo crítico e biográfico

— A vida é boa !...

Apartavam-se reconciliados os dois adversários — talvez nesse momento Machado de Assis houvesse compreendido que nessa luta do pensamento com o mistério estava o mais alto destino do homem, e que ele o realizara plenamente.

A lembrança da sua existência lhe há de ter mostrado que os valores espirituais têm curso na terra... E, como se não bastasse isso, o destino reservava ao moribundo uma última prova de que não foram vãos os seus esforços.

Na noite que precedeu a sua morte, um adolescente desconhecido bateu à porta da casa onde amigos e discípulos o velavam.

Introduzido no quarto do doente, ajoelhou-se, beijou-lhe a mão, e o abraçou numa homenagem quase filial, que, se foi percebida pelo mestre, lhe deve ter ido direito ao coração.

Esse jovem, cujo nome Euclides da Cunha, na página admirável em que lhe fixou o gesto generoso(180) Nota do Autor , dizia dever ficar ignorado, era o escritor Astrogildo Pereira.

Euclides assistiu à cena, pois, com Mário de Alencar, José Veríssimo, Raimundo Corrêa, Graça

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