Aranha, Coelho Neto e Rodrigo Otávio, além das famílias amigas, velava pela última vez o grande enfermo.
Assim, rodeado de amigos fiéis, cercado pelo respeito comovido de quantos, em seu país, estavam à altura de apreciá-lo, morria Machado de Assis.
E às 3:45h da madrugada de 29 de setembro de 1908, na casa onde passara quase um terço da sua existência, expirou o maior escritor brasileiro, que a 21 de junho completara 69 anos.
A Academia de Letras reclamou para si a honra de lhe prestar os últimos cuidados. Transportado para o Silogeu, antes de ir se reunir a Carolina, no Cemitério de São João Batista, Machado de Assis recebeu, pela palavra de Rui Barbosa, a homenagem dos intelectuais entre os quais sempre quisera viver.
"Modelo foi de pureza e correção, temperança e doçura; na família, que a unidade e devoção do seu amor converteu em santuário; na carreira pública, onde se extremou pela fidelidade e pela honra; no sentimento da língua pátria, em que prosava como Luiz de Souza e cantava como Luiz de Camões; na convivência dos seus colegas, dos seus amigos, em que nunca deslizou da modéstia, do recato, da tolerância, da gentileza.
"Era sua alma um vaso de amenidade, melancolia. Mas a missão da sua existência, repartida entre o ideal e a rotina, não se lhe cumpria sem rudeza