A gloriosa sotaina do Primeiro Império - Biografia de Frei Caneca

na presidência do Brasil os homens pelo seu "panache", pelo seu "topete", mais que pelas suas qualidades intrínsecas de estadistas. Floriano Peixoto vincou-se na alma popular, não porque fosse um verdadeiro homem de estado, mas porque dele se contam passagens de indômita energia, tal como no caso da consulta dos diplomatas estrangeiros, a respeito de como receberia, durante a revolta de 7 de setembro, os contingentes que desembarcassem para garantir a vida e a propriedade de seus compatriotas. A resposta que lhe é atribuída, à bala, faz-lhe a imortalidade. Conta-se que visitava a pé a cidade exposta aos canhões de Custodio e de Saldanha, observando, indagando, tomando o pulso à multidão. E isto faz dele um símbolo de bravura para o povo, que é o eterno caçador de símbolos. A frase do cons. Rodrigues Alves, num dia de perigo, recusando abandonar a sede do governo - "Aqui é o meu lugar", é muito mais recordada que as suas reformas. O sr. Washington Luis, a despeito da oposição política, é ainda aclamado pela tropa e pelo povo a sete de setembro de 1930, dois meses antes da sua queda, porque é o "braço forte", o homem dantes quebrar que torcer. Estávamos em Bruxelas nessa época, e o fato foi registrado em telegrama publicado pelos matutinos belgas do dia imediato. Combatido, estigmatizado, durante seu governo, o presidente Arthur Bernardes acaba cercado de uma auréola de respeito e de admiração porque, no seu enclausuramento do Catete, vence, com serena energia, duas revoluções e chega ao fim de seu governo com a sua autoridade intata. É o homem forte que se procura, embora todos protestem contra a manifestação da força, objeto de admiração. Ninguém daria um ceitil pela popularidade do sr. Getulio Vargas antes da subversão de 27 de novembro de 1935. Mas, sublevados alguns corpos militares, mortos oficiais e soldados,

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