roncando o bombardeio, o Presidente deixa sem aparato o Palácio e vai visitar as linhas de fogo, penetrando na zona varrida pela metralha. No dia imediato o Presidente é aclamado. Esse gesto espetacular de serena coragem emociona as massas, e a popularidade perdida é grandemente reconquistada.
"Ao sair um dia Avellaneda, com seus ministros Irigoyen e Alsina, de uma festa na legação norte-americana, a rua Lavalle estava cheia de uma multidão hostil. Alsina fez descer do carro o Presidente d. Bernardo, e, abrindo caminho, levou-os até um saguão, findo o que, voltando, bradou à multidão: - "Que é que pretendem"? acrescentando "la palabrota hombruria y argentina" com que os capitães de Curupaity levavam os seus soldados à morte. A escolta, vendo-o em perigo, desembainhou os sabres e tentou romper a multidão até Alsina, mas este lhe ordenou que retrocedesse e de novo increpou os magotes armados que o rodeavam". Poderia a plebe assomada tê-lo esmagado no mesmo instante. A coragem individual, porém, fez mudar completamente o colorido do quadro. "Ressoou um viva ao audaz ministro, que, recolhendo seus dois amigos, os levou de braço dado rua Florida afora". E um povo reunido para vaiar, destroçar, enfrentar a força armada e mudar a face de uma situação, segue aclamando o adversário de há pouco porque ele foi ali o que Groussac chamava um "capitão de tempestade".
Outro exemplo nos dá dessa psicologia americana Thomás Amadêo em seu estudo sobre Carlos Pellegrini: - "Era presidente; anunciaram-lhe no Clube que as turbas se dirigiam para sua casa, ululando contra os ladrões públicos; saiu, chegou antes delas, a largas passadas, subiu, apanhou um punhal de Toledo, que lhe servia