E note-se que já em 1874, quando foi da inauguração do telégrafo submarino, o imperador sofria uma desatenção de Sua Santidade, que deixava de responder pessoalmente a um telegrama de congratulações assinado pelo próprio punho do monarca, ferindo propositalmente as regras de cortesia vigentes entre chefes de Estado...
E depois disso tudo, Pedro II ainda oferece ao papa a sua interferência junto ao Quirinal para dirimir a grave pendência criada entre os dois poderes pelos sucessos da unificação italiana...
Essa questão dos bispos veio denunciar uma particularidade interessante do espírito de Sua Majestade, que Joaquim Nabuco observou com aquela sua agudeza característica: "D. Pedro tinha o espírito fortemente imbuído do preconceito antissacerdotal. Ele não era propriamente anticlerical, não via perigo da parte do clero; o que lhe não inspirava interesse era a própria vocação religiosa: evidentemente o padre e o militar eram, aos seus olhos de estudioso insaciável de ciência, se não duas futuras inutilidades sociais, duas necessidades que ele quisera utilizar: o padre, fazendo-o também mestre-escola, professor de universidade; em vez do militar, um matemático, astrônomo, químico, engenheiro".
Mas, espírito de pequena penetração, se contradizia frequentemente, como se vê da sua "fé de ofício" em assunto correlato: "Invariavelmente propendi para a instrução livre, havendo somente inspeção do Estado quanto à moral e à higiene, devendo pertencer a parte