Os indígenas do Nordeste – 2º vol

hiato amazônico, no Xingu, no Tapajós, no vale do rio-mar (do Purus para cima). Eram os tupis-guaranis. Nas cabeceiras do Paraguai, no leque formado pelo Madeira e pelo Negro, na alta bacia do Orinoco e na costa guianense, — encontravam-se os tipos culturais correspondentes aos grupos linguisticos nu-aruaques. Geograficamente mais compactas eram as áreas culturais desenvolvidas pelos jês, pelos caraíbas e pelos cariris: os jês na região centro-oriental do Brasil, os caraíbas no sistema hidrográfico cortado pelos mananciais que despejam à margem esquerda do baixo Amazonas e os cariris na base da pirâmide arqueana onde assentam os estados nordestinos.

É um tanto arbitrário dizer que os distritos culturais correspondem exatamente às divisões linguisticas, por isso que nem sempre os fatos e complexos se apresentam irrevogavelmente coesos ou idênticos no seio das diferentes famílias divididas por esse último critério. E a dificuldade da escola de Gräbner e de Schmidt encontra-se, justamente, na eleição dos fatos ou complexos, que, em conjunto, constituem o tipo cultural. Com razão salienta A. Métraux a rapidez e extensão com que algumas tribos tupis-guaranis adotaram, após o abandono do seu habitat primitivo, a cultura peculiar a seus vizinhos. O toucado, por exemplo, é um traço cultural importante, que pressupõe complicada técnica. Os jês caracterizavam-se pelo uso da cabeleira "em forma de prato", segundo a expressão de P. Ehrenreich.(1) Nota do Autor Com a taquara raspavam circularmente a base do crânio, acima das

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