Os indígenas do Nordeste – 2º vol

orelhas, de modo a deixar uma espécie de calota no topo da cabeça, que lembrava, de algum modo, a tonsura de certos monges. Mas, esse mesmo costume era também comum a numerosas tribos tupi-guaranis. Pedro Vaz de Caminha diz que os ameríndios de Porto Seguro, possivelmente os tupiniquins, andavam "rapados... por cima das orelhas".(1) Nota do Autor Igualmente, os tupinás ou tupinaés e os amoipiras.(2) Nota do Autor E a tonsura à moda de São Pedro ou de São Paulo foi encontrada entre os índios do Culiseu, descobertos por K. v. d. Steinen em suas expedições às fontes de Xingu, como, também, entre os guaicurus, se acreditarmos na descrição de Francisco Rodrigues do Prado.(3) Nota do Autor Mais adiante, teremos ocasião de examinar a distribuição geográfica de tão interessante complexo.

Como explicar o fato? De acordo com o fenômeno das migrações (escola germânica de Gröbner-Foy), ou em virtude da convergência de elementos culturais vários (escola norte-americana de Boas)? Eis outra dificuldade, embora secundária, em torno da qual se acham divididos os adeptos do conceito cultural-histórico. Essa dificuldade torna-se evidente quando temos em vista que os traços e complexos encontram-se frequentemente, como já se fez ver, em grupos sem nenhum parentesco linguístico. A esse respeito reportamos o leitor ao estudo de Nordenskiöld e A. Métraux, em relação aos elementos culturais tupi-guaranis,

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