dos paus que faltavam ao corrimão notavam-se galinhas e cachorros. Ficava, todavia, a cavaleiro do sítio, numa pequena elevação, o que mais devia concorrer para os deslumbramentos do menino.
Ficou Silvio aí, no "Engenho Moreira", como era conhecido, até os cinco anos de idade.
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"Dos três anos em diante — conta ele(10) Nota do Autor — a moagem era para mim um encanto. Quando os bois ou os cavalos eram bem mansos, eu trepava também na almanjarra e ajudava a cantar a alguns dos "tangedores":
"Pomba voou meu camarada,
Avoou, que hei de fazer?
Quem, de noite, leva à boca,
De dia, que há de comer?
Cinquenta anos mais tarde, escrevia: "Ainda agora, sinto no ouvido a melodia simples e monótona desses e de outros versinhos do gênero, e me invade a saudade, doce companheira a quem devo, nos dias tristes de hoje, as raras horas de prazer de minha vida. Tudo o que sinto do povo brasileiro, todo o meu brasileirismo, todo o meu "nativismo" vem, principalmente, daí. Nunca mais o pude arrancar da alma, por mais que depois viesse a conhecer os defeitos da nossa gente, que são também os meus defeitos"(11). Nota do Autor
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