Vem, ainda, dessa quadra, outra razão da sua saudade — a telha. Antonia, "essa adorada Antonia" — dizia ele — a quem me acostumei a chamar também de mãe", e que, em verdade, o fora, durante toda a sua estadia em casa dos avós. "Era uma mucama de estimação, a quem foram encarregados os desvelos da minha meninice. Nunca vi criatura tão meiga e nunca vi rezar tanto. Dormia comigo no mesmo quarto e, quando, por alta noite, eu acordava, lá estava ela, de joelhos, rezando..."(12). Nota do Autor
Dessa boníssima mãe-preta, que sobreviveu a Silvio, centenária, sempre em Sergipe, na casa dos seus(13) Nota do Autor, recebeu ele a única lição que ela lhe poderia dar — as "orações", que "bem cedo aprendeu". Mais tarde, as esquecerá. Nunca, porém, a ela, que dizia ser "um dos seus ídolos, dos mais recatados e dos mais queridos". Nem ao sentimento religioso, que o seu ascendente afetivo lhe incutira, e que o fazia, mesmo depois de velho, considerá-lo "uma coisa séria" e o ter "na conta de uma criação fundamental e irredutível da humanidade"(14). Nota do Autor
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Outra recordação, que lhe ficou para sempre da infância, foram as "histórias" que as "velhinhas" lhe contavam, à noite, depois de um dia inteiro de folguedos e de travessuras.