não permite qualquer dúvida ao primeiro exame do doente. Impossível será ao pesquisador mais avisado tomar a doença por uma epidermofícea: além da acromia presente, faltam-lhe para isso o eritema e as vesículas, além da descamação nas epidermofíceas ser mais ou menos limitada ou acentuada para a periferia da lesão. Da ictiose, com que seria mais fácil confundi-la, faltam-lhe os comemorativos e a evolução, distingue-a a forte acromia que acompanha as zonas descamadas e a própria natureza da descamação.
O diagnóstico diferencial deve ser feito entre o chimberê e, de um lado, as dermatoses endêmicas pouco conhecidas dos indígenas sul-americanos e, de outro, as endodermofíceas orientais reunidas sob o nome de tokelau.
O diagnóstico diferencial com o báanêcêdútú fica ainda dependendo de mais demoradas pesquisas. Roquette-Pinto descreve um aspecto distinto na dermatose da Serra do Norte: a descamação é intensíssima, com formação de tiras de epiderme exfoliada, semelhando tiras de papel coladas sobre a pele do doente; maior regularidade das lesões que mais de perto recordam o tokelau; menor índice endêmico que o assinalado para o chimberê; isso tudo, além da incidência sobre tribos indígenas de grupamentos e proveniência muito diferentes.
O chimberê se distingue clinicamente da pinta ou caraté pela ausência total de escamas ou manchas coloridas características desta última dermatose. Poder-se-ia confundi-lo com a variedade branca do caraté, mas esta nunca se observa isolada e sem casos outros com manchas coloridas. É de notar que o chimberê ataca todos os membros do grupamento em que foi observado e que em todos os indivíduos tem o mesmo aspecto clínico, nunca se encontrando entre os índios afetados quem tivesse manchas coloridas.
Roquette-Pinto, estudando comparativamente o purupuru e a dermatose dos índios da Serra do Norte, estabeleceu entre as duas entidades mórbidas nítida distinção, identificando, entretanto, a primeira com o caraté colombiano.
É sem dúvida do tokelau que muito se aproxima a dermatose endêmica dos índios do Rio São Miguel. Convém notar que a disposição das escamas em círculos concêntricos nas lesões circinadas, que valeu ao tokelau a denominação científica de tinea imbricata que Manson pela primeira vez lhe aplicou, absolutamente não se observa nas placas do chimberê. Mas, é sabido que Castellani e outros descreveram casos de tokelau em que a disposição das escamas em círculos concêntricos não era observada. Os restantes aspectos