Mas o valor de toda a vossa produção foi reconhecido aqui e na Europa; a Faculdade de Paris vos conferiu o Prêmio Sicard e a Academia Brasileira de Ciências, o Prêmio Einstein.
Por isso deve ter repercutido vantajosamente para o nome do Brasil, no Instituto Internacional de Cooperação Intelectual, a escolha do vosso nome para a presidência do Comitê Nacional, cargo que por atender à confiança de Aloysio de Castro exerci durante algum tempo e vos entreguei como quem dá o seu a seu dono.
A descoberta de algumas leis que regulam a respiração foi, talvez, dos primeiros trabalhos vossos de eco internacional. Mas de todas as contribuições, uma existe de valor singular, seja do ponto de vista puramente fisiológico, seja do ponto de vista filosófico.
É o conjunto dos estudos sobre a pele. Depois de tudo exposto, rematais: "Descobrimos que a ablação total da pele, na rã, produz modificaçõs profundas do comportamento do animal".
A velha intuição que levou Chamfort à sua célebre, grosseira e pitoresca expressão, séculos mais tarde veio encontrar nas vossas mãos uma elucidação sem dúvidas nem exageros. O bom senso do povo por onde, no conceito do filósofo, surge a sabedoria, já desconfiava. Somente na rã?
Deve ser mais geral o fenômeno. A pele influi, de fato, também no comportamento da miserável vida humana. Tanto que os antigos — vejo isso num meu alfarrábio, livro dos Adágios, Provérbios, Rifãos e Anexins da Lingua Portuguesa — os antigos juravam pela pele... No batráquio pudestes facilmente executar aquela tétrica operação do arrancamento, mas a ideia, senhor Miguel Osório, a ideia dessa técnica, que feroz imaginação não exigiu!
E como é interessante tudo quanto, a respeito, nos ensinais: "Enquanto permanecem alguns pedaços de