Ensaios brasilianos

"Ich hasse, escrevia ele em 1846 a seu irmão August, ich hasse alie jene rücksichtsvolle Halbheit, die ein anderes Bekenntnis auf den Lippen, ein anderes im Herzen trägt".(8)Nota do Autor

Tinha, porém, um coração profundamente afetivo. "Muitas lágrimas me tem custado esse meu orgulho"... são palavras de 1846.

Seja como for, a honestidade absoluta, em religião como em ciência foi sempre a sua fé; "Ich will nur, wo ich sprechen muss, wahr sprechen".(9)Nota do Autor

Por isso mesmo, ninguém mais do que ele amou a liberdade. Há frases, em suas cartas íntimas, que mais parecem legendas históricas, dessas que os povos costumam tomar por lema, para sugestionar os filhos "Wie der Körper frei atmet, so soll der Geist frei denken!..."(10)Nota do Autor

A crise moral tornou-se, destarte, cada vez mais profunda, na família do pastor, cujo filho se distanciava sempre dos princípios tradicionais da casa. Até mesmo o doce conforto das cartas de Rtischen começou a faltar a Fritz Müller. Ao terminar o seu curso médico, outro percalço lhe surgiu à frente, nos dizeres do juramento cristão a que se via obrigado: "sicut Deus me adjuvet et sacrosanctum ejus evangelium". Pediu, então, ao Ministro que lhe concedesse tomar o grau proferindo o juramento dos judeus. Isso lhe foi negado.

Tudo, diz Alfred Möller, leva-nos a considerar muito natural a presença de Fritz Müller no Partido Democrático, por ocasião da Revolução de 1848. De 1849 a 1852 empregou-se como preceptor dos filhos de um distinto agricultor de Roslofshagen, perto de Grimmen, na Nova Pomerânia, Herr Lamprecht.

Em 1848 tinha encontrado a mulher que foi digna companheira de sua existência, Karoline Töllner, de quem houve em 1849 a sua primeira filha, Louise. A virtuosa senhora faleceu em 1894, aos 68 anos.

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