Em Erfurt tinha Fritz Müller conhecido o Dr. Hermann Blumenau, botânico e farmacêutico, espírito ponderado e tradicionalista, homem de larga visão e grande atividade que, em 1850, fundou, nas margens do rio Itajaí, a colônia destinada a prosperar na glória desta região.
O moço, que vivia então pensando em partir para longe, não só para fugir ao mal-estar que a sua descrença provocava na família, senão também para dar largas a antigos sonhos aventureiros, leu um opúsculo de Blumenau a respeito da colônia. Depois de hesitar, entre o Chile e o Brasil, decidiu-se de acordo com os conselhos do antigo companheiro.
Em 1852, já depois do nascimento da sua segunda filha, Anna, ele e o seu irmão August embarcaram, a 17 de maio, em Hamburgo, a bordo do "Florentin", ao mando do Capitão Lofgrén, de partida para São Francisco, no Sul do Brasil, porto que alcançaram na tarde de 17 de julho.
A 21 de agosto de 1852 chegavam os viajantes às margens do arroio "Velha", onde foram recebidos pelo fundador da Colônia.
Estabeleceram-se os irmãos Müller nas margens do arroio Garcia, a uma hora da sua foz no Itajaí.
Em carta de 31 de outubro de 1852, a seus pais, dizia August, tratando da sua feitoria: "Es sind die ersten Grundstücke der Kolonie Blumenau, die bis hetzt aus 12 Familien besteht" (11)Nota do Autor
A liberdade com que sonhava Fritz Müller foi assim alcançada, nas clareiras das matas que o seu próprio terçado derrubava. A 16 de janeiro de 1853 ele escrevia, à querida Röschen, dizendo-se feliz na sua nova "Heimat". Até mesmo os mosquitos pernilongos (langbeinige Mücken) não eram piores do que os da Alemanha (... ganz Ahnliche die deutschen). Naquele tempo comprava-se, aqui, um saco de batatas por