O encontro do Nauplius do camarão eis o primeiro fato für Darwin. Talvez não seja inútil lembrar que a larva inicial dos crustáceos superiores era, até então, a forma Zoéa. Nauplius era tido como larva dos crustáceos inferiores (entomóstracos). Hoje sabemos que, nos malacóstracos, a forma Nauplius, em geral, se passa dentro das membranas do ovo; por isso, até Fritz Müller, davam-na como inexistente.
O segundo fato articulado "pró-Darwin" foi obtido da comparação dos apêndices em crustáceos machos e fêmeas de certos gêneros. São mais desenvolvidos nos machos, os quais, além disso, possuem órgãos olfativos muito maiores. No gênero Tanais, os machos, antes da puberdade, assemelham-se às fêmeas; logo depois metamorfoseiam-se e, daí por diante, diz Fritz Müller, parecem viver somente para amar. Interessante, porém, é que então se processa neles uma diferenciação: em uns, desenvolvem-se enormes patas prensoras e aumenta-se o número de filamentos olfativos; em outros, conservam-se pequenas as patas, mas os filamentos olfativos crescem de número extraordinariamente. Tanais são facilmente observáveis num vaso de vidro. Apesar de ter examinado muitas centenas de indivíduos Fritz Müller não encontrou nunca dimorfismo igual nas fêmeas, nem tão pouco formas intermediárias masculinas.
"Para os da velha escola", diz ele, "a ocorrência de duas formas masculinas seria uma simples curiosidade. Um capricho da criação: machos de mais olfato e machos de maiores patas prensoras (pinças)".
A seleção darwiniana, aos olhos de Fritz Müller explica, porém, claramente o caso. Iniciada a variação dos machos, ficaram em presença, pelo desaparecimento dos outros menos aptos, os dois grupos: olfativos e prensores. Entre eles segue a luta, que, atualmente, parece estar caminhando para a vitória