dos prensores, visto que o naturalista contou cerca de cem deles para um olfativo.
Também na respiração aerea de crustáceos que normalmente respiram dentro d'água, outros fatos apontou o autor de "Für Darwin", favoráveis à doutrina.
Comparando a estrutura do coração nos anfípodes e nos isópodes, ele observou que o órgão tem forma constante nos anfípodes, e grandemente variável nos isópodes, ordens muito próximas. O fenômeno seria facilmente explicado por meio de algumas palavras gregas, diz o mestre. Como, desgraçadamente, esqueceu o grego... procurou outra explicação, na natureza.
Conclui que o coração dos anfípodes deve ser a forma primitiva.
Mas não é possível, evidentemente, acompanhar todo o célebre livrinho.
Não desejo, porém, passar adiante, sem recordar as mais conhecidas das suas páginas, aquelas em que Fritz Müller estabeleceu o princípio que Haeckel chamou lei biogenética fundamental: a ontogênese repete a filogênese. De fato, esse princípio é muito anterior a Fritz Müller. Ele mesmo cita seu mestre J. Müller em 1844, e expressões de Agassiz (1856), em que a ideia se encontra latente, embora tenham sido, ambos, adversários formais do Darwinismo. Por outro lado os franceses atribuem sempre a mesma lei a Serres, professor do Museum de Paris em 1839.
Ninguém como Fritz Müller pôs em foco a referida lei, com tanta energia e tão ricos documentos. No seu livro, ela se encontra de diversas maneiras, sendo a seguinte a mais clara:
"No curto período de poucas semanas ou meses, as formas cambiantes do embrião ou das larvas farão passar diante de nós, uma figura mais ou menos completa, mais ou menos exata, das transformações sofridas