pela espécie no correr dos tempos, até atingir ao seu estado atual".
Um eminente mestre, que tivemos o prazer de ouvir pessoalmente, há tempos, o Prof. Caullery, no prefácio escrito para o Tratado de Embriologia Comparada dos Invertebrados, de C. Dawydoff, escreveu que o mais importante da obra de Haeckel é o comentário, por ele feito, do opúsculo Für Darwin, de Fritz Müller
Não é preciso mais, para que se possa avaliar o vulto do naturalista de Blumenau. Houve, então, no mundo dos biólogos, um entusiasmo louco pelas conclusões de Fritz Müller, pedras básicas do transformismo. De 1870 a 1900, "uma orgia filogenética", na frase de Caullery. Em 1900, com o surto da genética e a crítica ponderada, as coisas começaram a mudar. Atualmente não é possível afirmar que já ninguém acredita na lei biogenética. Mas a verdade é que foi reduzida a significação bem mais modesta. Um serviço, porém, ela prestou, ou antes Fritz Müller prestou, por seu intermédio à ciência: foi o estímulo colossal, que a esperança de verificar a sua exatidão, levou a todos os biologistas. Durante aquele tempo, em que foi tida por dogma, pode dizer-se que toda a embriologia de vertebrados e invertebrados passou ao domínio do conhecimento objetivo. Essa, é uma das glórias que pertencem ao grande pioneiro das matas do Itajaí.
A relação dos trabalhos científicos de Fritz Müller, publicados de 1844 até 1899 (dois anos depois do seu falecimento), abrange 248 memórias ou monografias. Faltam notícias de mais 11 originais, até hoje perdidos. Tudo mais está reunido na obra monumental de Alfred Möller. Não são muitas as espécies novas descritas por Fritz Müller. A avalanche de observações contidas nos seus trabalhos é quase toda de verificações biológicas de natureza filosófica, anatômica,