Seja como for, coube a Fritz Müller descobrir um novo tipo de mimetismo, que hoje tem o seu nome: Müllershe Mimicryou mimetismo circular. É o caso em que as duas espécies em jogo, a que imita e a imitada pagam-se na mesma moeda: imitam-se mutuamente (Ringmimicry).
No primeiro trabalho publicado nos Arquivos do Museu Nacional, em 1877, sobre a significação biológica das flores versicolores, Fritz Müller começa fazendo notar a pouca importância que os botânicos do tempo (... e os de hoje?) dão à coloração das corolas.
O trabalho confirma nas flores brasileiras de Lantana, as antigas observações de Delpino (de Genova), apontando as relações das cores do perianto com certos insetos.
As máculas sexuais das asas das borboletas, os órgãos odoríferos desses insetos, estudos sobre a grumicha (Phryganideo), sobre as casas dos Trichopteros, sobre a semelhança dos frutos com as flores, sobre as formigas das Imbaúbas (Azteca), sobre o paraheliotropismo de certas plantas do Brasil, sobre a caprificação, sobre a phyllotaxia constituem acervo extraordinário, como nenhum outro naturalista, dos que trabalharam no Brasil, conseguiu reunir em material original.
Há, porém, mais e talvez melhor.
É a fauna das Bromeliáceas — uma das interessantíssimas descobertas de Fritz Müller.
Nos vasos esverdeados que as folhas das bromélias compõem, junta-se água suficiente para manter a vida e permitir a evolução de muitas formas. Sabe-se, agora, que são ótimos viveiros de mosquitos. Nesses pequenos aquários, suspensos entre os ramos das grandes árvores, Fritz Müller descobriu, em 1878, animais que ninguém seria capaz de imaginar ali tivessem fixado domicílio. Entre eles uma pequena rã, cuja