PREFÁCIO
Leitor:
O livro que folheias não exprime qualquer vaidade de autor, aspirando glórias literárias ou lauréis acadêmicos. Confiadas ao papel em 70 horas de trabalho, as ideias nele contidas representam 30 anos de observação do que se tem feito no mundo em relação com o sonho por ele alimentado. Dedicado a outros ramos de atividade, menos brilhantes, porém mais positivos, o autor se reconhece destituído de pendores literários, contentando-se em traduzir com a possível clareza o seu pensamento, para poder transmitir ao seu leitor as elucubrações do seu espírito. A pressa com que foram confiadas ao papel tais cogitações se justifica pela premência do momento em que vivemos. No dorso e na profundeza das águas de todos os mares troa o canhão fratricida. Vários trechos de céus são sulcados por nuvens de aviões, que espalham o terror e a destruição entre os homens. Nos campos da civilizada Europa massas guerreiras se espreitam, cada qual melhor aparelhada para a aniquilação da espécie, e já se adestram os exércitos, prestes a espalhar o conflito por outros rincões da terra. Novas transformações da geografia política estão a surgir. São impérios que desaparecem e impérios que nascem. Qualquer dos contendores a que couber a vitória, o seu passado não nos inspira confiança para esperarmos um eterno